Respeito Virtual

Respeito Virtual...Será possível?
Por Augusta Schimidt

Começo dizendo que construir é possível... Respeitar é dever...

“O homem é o lobo do homem", dizia o poeta romano Plauto. Tal visão negativa e realista da natureza humana parece ter sido confirmada, em seus detalhes, pela sociedade moderna.
Observando com cautela o comportamento das pessoas e suas atitudes no mundo virtual, preocupa-me a instabilidade, a ausência de propósitos, a fragilidade das personalidades, ante questões diversas que lhes são impostas. As pessoas parecem tomadas por um senso de urgência, um imediatismo subserviente, através dos quais manifestam-se em defesa de interesses de curto prazo, pontuados isoladamente e localmente, como se estivessem desconectadas do mundo.
Há uma inversão de valores, de ética, de moral, de caráter. As pessoas deixam de Ser o que sempre foram e passam a Estar o que lhes convém.
Caráter é aquilo que fazemos quando ninguém está olhando. É nossa particularidade, nossa maior intimidade, nosso segredo mais bem guardado. É nosso maior companheiro, nossa maior paixão e, às vezes, nosso maior fantasma.
O caráter testa-se em pequenas coisas. Num olhar, num gesto, numa palavra.

As realidades sociais são compostas por regras, que se estenderam também ao convívio virtual. Ao menos assim deveria ser.

Entende-se por estas regras os Direitos e os Deveres .

É muito fácil sem duvida, nos dias de hoje, conhecermos nossos direitos, pois estão a um clique de nossos olhos já que o mundo se informatizou.
E conhecedores de nossos direitos, acobertados pela “democracia”, acabamos entrando nas vidas de nossos companheiros virtuais, nos esquecendo de que temos também Deveres e que estes é que asseguram ao outro o direito de ter Direitos.


Acredito que as adversidades além de fortalecerem o caráter, também o revelam.
Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer.
Atitudes insensatas são freqüentes no mundo virtual. Julgamentos, atitudes de poder e posse, paixões, rancores. Estas não mais me surpreendem.
Surpresa fico quando encontro pessoas elegantes, sensíveis, carinhosas e ternas, que exatamente estão no lugar certo, na hora certa, para com uma mensagem, uma poesia, uma palavra amiga, nos aliviar o coração das tensões do dia a dia.
Haveria sim o respeito virtual se fossemos todos solidários, se nossas idéias e opiniões pudessem ser divulgadas ajudando as pessoas a refletirem e escolher o que mais lhe convém.
Haveria sim o respeito virtual se fossemos capazes de criar opções que nos levassem à satisfação, mas sempre tendo consciência da importância dos desejos das pessoas que estão a nossa volta.


Campinas/24/01/09

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